terça-feira, 1 de agosto de 2017

Em Dinant

    Aproveitando o facto de termos os filhos de férias com os avós, decidimos fazer um fim de semana a dois. Há já algum tempo que queria conhecer Dinant e, finalmente, concretizei esse desejo.


 

   Esta pequena cidade belga fica a cerca de 140 km do Luxemburgo. Localizada à beira do rio Meuse, é de encher os olhos de tanta beleza! Com uma catedral colada a uma grande rocha, cheia de flores e casinhas lindas, é também a terra natal do famoso Adolphe Sax, e foi palco de um dos maiores massacres da 1ª Grande Guerra, ao qual voltarei num próximo post.


   Tudo ali é um encanto. A entrada para a cidade faz-se por uma fenda existente entre o penhasco e uma bloco de rocha, o famoso "Rocher Bayard". Segundo a lenda, os quatro filhos de Aymon fugiam às tropas de Carlos Magno, montados em Bayard, um cavalo gigante. Bayard saltou do penhasco, deu uma forte patada na escarpa, o que fez abrir a fenda. As aventuras do cavalo Bayrad e dos quatro irmãos são aliás, muito exaltadas no norte da Europa.







 

   Começámos o nosso passeio pela Cidadela, que fica num penhasco, a 100 metros de altura. A subida pode ser feita de duas maneiras: ou por teleférico ou a pé, subindo os 408 degraus que nos levam lá acima. Decidimos subir as escadas e depois fazer a descida  pelo teleférico. A entrada na cidadela (com visita e teleférico) custa  8,50€ (por pessoa).

 

    A primeira fortaleza construída neste local data de 1040. No ano de 1466, Carlos, o Temerário, invadiu a cidadela, destruindo o castelo e a torre. O castelo foi reconstruído em 1523, e ocupado por Luís XIV entre 1675 e 1698, quando o castelo foi reformado sob a supervisão do engenheiro militar Vauban. Entre 1818 e 1821 o castelo foi novamente destruído, e reconstruído pelos holandeses, configurando a cidadela que conhecemos hoje. 
 



 


    Lá de cima, a vista é de cortar a respiração! que maravilha!

 


   
No interior, os visitantes aprendem sobre a história de Dinant, explorando os corredores do tempo: o saque a Dinant de 1466, a construção de fortificações da cidade de Vauban,  a Batalha de Dinant (na  Primeira Guerra Mundial) e o massacre de 674 civis em agosto de 1914.  
 
 


 
   A visita inclui uma visita à prisão de um regimento disciplinar.



   A viagem termina com uma passagem por uma sala que simula uma trincheira de batalha de 1914, e com uma outra sala inclinada, que simula  um abrigo desmoronado: ao criarem este espaço bombardeado e torto para um lado, conseguiram criar uma ilusão óptica, pois perde-se toda a noção de verticalidade. Tentamos andar direitos e não conseguimos, porque tudo está torto!
   Agarrámo-nos às paredes, segurámos o corrimão e mesmo assim a tarefa não foi fácil , e com riso à mistura, pior ainda! A tentativa de andar direitos em paredes inclinadas não foi pêra doce!



  


   Voltámos a terra firme e ainda antes do almoço, fomos conhecer a Igreja de Notre-Dame Collegiate.
   Este é um dos monumentos mais representativos da arquitectura gótica do século XIII na Bélgica, e é uma das construções mais marcantes da cidade. Foi originalmente construída em estilo românico. Foi destruída em 1227, por uma queda de pedras nas encostas próximas, tendo sido parcialmente reconstruída em estilo gótico, com o calcário de Dinant. Mais tarde foi adicionada a torre do sino com sua cúpula em forma de cebola, como as das igrejas russas.    
  Sobreviveu a vários acontecimentos históricos: ao saque de Dinant em 1466, à passagem das tropas do Duque de Nevers em 1554 e às atrocidades da I Guerra Mundial. Após cada ataque sofrido pela cidade, saqueada, destruída, reconstruída e restaurada. Uma verdadeira sobrevivente!
  É um espaço pequeno, por imposição do local onde foi construída mas dá impressão de grandeza e simplicidade e contém muitas obras de artes como pinturas famosas e um maiores vitrais da Europa.


 







      Saindo da catedral e virando à direita, entramos na rua da Casa de M. Sax. Por toda a cidade nos lembram que esta é a terra natal de Adolph Sax: há saxofone por todo o lado!



     




   A esta hora, a barriga já pedia comidinha. Ficámos ali mesmo pelo centro e deliciámo-nos com uns mexilhões fantásticos, que estavam de comer e chorar por mais! 



   Depois de almoço, atravessámos a famosa Ponte Charles de Gaule, famosa porque contém uma colecção colorida e original de 28 saxofones feitas em 2010 por ocasião da celebração da Europa Sax. 







   E é mesmo do outro lado que se tem a melhor vista da cidade, bem pertinho da estátua de Charles de Gaule!
 



 Já no regresso ao carro (ainda queriamos visitar o memorial que homenageia as vítima civis da Primeira Guerra), fomos conhecer a Patisseirie Jacobs, famosa pelas Coques de Dinant, uma especialidade belga.





   As Coques são biscoitos feitos de mel, açúcar e farinha de trigo. São esculpidos com a ajuda de moldes de madeira talhados à mão, centenários! São depois cozinhados em lata temperatura, para que o mel caramelizado rapidamente. No arrefecimento, a couque endurece como caramelo.
   A origem dessa especialidade belga remonta ao século XV, por volta do ano 1466. E a Patisserie Jacobs confeciona-os desde 1860. A família perpetua a tradição! lindo, lindo!
   Esses biscoitos são comestíveis, mas também são usados como decoração. Comprámos para levar para Portugal, para provarmos com a família, mas não sei se teremos coragem! são tão bonitos!



 







Site oficial da Cidadela: http://www.citadellededinant.be
Sie oficial da Igreja: www.doyennededinant.com



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